Polícia

Sala onde Anderson Torres está preso tem beliche e frigobar; juíza autorizou instalação de TV e micro-ondas

Segundo relatório, local tem banheiro que mede cerca de 1,5m por 2,5m e pode usar dois armários abertos. Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF.

Por g1 DF — Brasília e São Paulo

 


Anderson Torres, que foi ministro de Bolsonaro, chegou da Flórida ao Brasil neste sábado (14) e foi preso — Foto: Getty Images

Anderson Torres, que foi ministro de Bolsonaro, chegou da Flórida ao Brasil neste sábado (14) e foi preso — Foto: Getty Images

Preso desde sábado (14), quando desembarcou no aeroporto de Brasília com um mandado de prisão, o ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres está na Sala de Estado Maior no 4º Batalhão da PM, no Guará.

Segundo um relatório obtido pela Globo, Torres dorme em um beliche e tem acesso a uma antessala com sofá que, de acordo com o documento, está “em péssimo estado de conservação (assento rasgado)” e uma mesa com 4 cadeiras. Torres também pode usar os armários abertos do local e tem acesso a um banheiro que mede cerca de 1,5m por 2,5m. Há, ainda, um alojamento adjacente, composto por uma antessala em que há apenas um frigobar.

Também de acordo com o relatório, foi autorizado que o local recebesse a instalação de micro-ondas e TV.

O corredor de acesso à Sala Maior foi isolado e tem policiamento em guarda 24h por dia para controle de acesso.

Nesta segunda-feira, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) realizou vistoria no local e na cela onde está Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF, preso no dia 10 de janeiro.

Torres e Vieira são investigados por omissão nos atos terroristas ocorridos às sedes dos três poderes, em 8 de janeiro.

“Os promotores verificaram que as instalações são compatíveis com uma sala de estado maior, e que os presos não têm nenhum tratamento preferencial”, diz o ministério público.

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Ainda de acordo com o Ministério Público, o acesso aos presos é restrito aos PMs de guarda, aos advogados e aos familiares, em dias de visita preestabelecidos. Os presos não podem usar dispositivos eletrônicos, terminais de comunicação externo ou ter contato com outras pessoas.

Torres e Vieira têm direito à prisão especial por serem, respectivamente, delegado da Polícia Federal e militar.

Prisão de Anderson Torres

4º Batalhão da PMDF, onde Anderson Torres está preso — Foto: TV Globo/Reprodução

4º Batalhão da PMDF, onde Anderson Torres está preso — Foto: TV Globo/Reprodução

A prisão de Anderson Torres foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Desde 2 de janeiro, após o fim do governo Bolsonaro, o ex-ministro reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), que chefiou entre 2019 e 2021.

Ele comandava a pasta quando ocorreram a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) por bolsonaristas radicais que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos terroristas bolsonaristas. O ex-ministro nega.

Prisão do ex-comandante da PM

Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito, coronel Fábio Augusto Vieira — Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito, coronel Fábio Augusto Vieira — Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

Já o ex-comandante da PM Fábio Augusto Vieira foi preso no dia 10 de janeiro, também por determinação de MoraesEle era o responsável pela corporação no dia dos ataques terroristas.

Ainda em 8 de janeiro, o presidente Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF. O interventor nomeado, Ricardo Cappelli, retirou Fábio Augusto do comando da Polícia Militar do DF. Para o lugar dele foi nomeado o coronel Klepter Rosa Gonçalves.

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