Professores da Unesp dão dicas de como se prevenir de escorpiões
Uma equipe interdisciplinar da Unesp elaborou um follheto didático para ajudar a população a se prevenir de escorpiões e orientá-la em relação à atitude a tomar em caso de picada do animal.
O professor Vidal Haddad Jr., da Faculdade de Medicina (FMB), o docente Antonio Leão Castilho e o pesquisador Antonio Lucas Sforcin Amaral, ambos do Instituto de Biociências (IBB), os três do câmpus de Botucatu, listaram no material produzido os principais sintomas causados pela picada do escorpião, o perfil dos acidentes ocorridos com este animal e o que fazer em caso de acidente, além de dicas de prevenção.
“O problema causado pelo aumento do número de escorpiões-amarelos, que é o mais perigoso, motivou o IBB a preparar um folheto de orientação para os usuários do câmpus universitário e a população da cidade de Botucatu. Serão mil folhetos impressos e divulgação online por meio do arquivo em pdf”, afirma Vidal Haddad Jr.
A pedido do Portal da Unesp, o professor da Faculdade de Medicina da Unesp redigiu, da perspectiva médica, uma síntese do que traz o folheto elaborado em conjunto com o Instituto de Biociências, a qual você lê a seguir:
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Os escorpiões são animais perigosos, que estão presentes em todas as regiões tropicais e temperadas e podem causar a morte em crianças e indivíduos debilitados.
Sua peçonha pode causar arritmias cardíacas e edema pulmonar agudo. Na maioria das picadas do escorpião, não existem manifestações cutâneas.
Podem ocorrer náuseas, vômitos, dor abdominal e respiração ofegante.
Outras alterações podem ocorrer como taquicardia ou bradicardia (alternados ou não), hipo ou hipertensão arterial, arritmias cardíacas, sensação de aperto no peito, insuficiência cardíaca, edema pulmonar agudo e choque, sendo este último a manifestação mais grave da picada de escorpião.
O envenenamento pode causar ainda tremores, agitação psicomotora e mioclonia (contração muscular súbita e involuntária que se verifica principalmente nas mãos e nos pés).
Os acidentes graves apresentam vômitos freqüentes e profusos –a intensidade e a freqüência de vômito são sinais premonitórios da gravidade do envenenamento –e sudorese generalizada e abundante.
Pode haver progressão para colapso cardiocirculatório e edema pulmonar, que são causas freqüentes de óbitos na picada de escorpião.
O tratamento consiste em neutralizar a dor local, que pode ser combatida com anestésico. O soro antiescorpião é formalmente indicado em todos os casos graves.