DESIGUALDADE

‘Prefiro dormir para não ver a situação’, diz mulher que enfrenta fome com a família em Ribeirão Preto, SP

Fabíola Maria Tanaka afirma o almoço acontece às 17h porque não há alimentos suficientes para duas refeições em casa. País tem cerca de 33 milhões sem ter o que comer, aponta levantamento.

 


Fabíola Tanaka e a irmã Regina Martins, de Ribeirão Preto (SP), enfrentam insegurança alimentar e precisam escolher as refeições para não ficar muito tempo sem comer — Foto: Arquivo Pessoal

Fabíola Tanaka e a irmã Regina Martins, de Ribeirão Preto (SP), enfrentam insegurança alimentar e precisam escolher as refeições para não ficar muito tempo sem comer — Foto: Arquivo Pessoal

A família de Fabíola Maria Tanaka, de 40 anos, almoça às 17h. A refeição tardia tem sido frequente na casa dela, no bairro Campos Elíseos, em Ribeirão Preto (SP), e a explicação é dolorosa: não há comida para o jantar.

Fabíola e os familiares decidiram que devem comer mais tarde para não ficarem muito tempo sem se alimentar.

“A gente almoça tarde, porque não dá para comer duas vezes. Uma, pelo gás, que está acabando. Outra, pelos alimentos, que não temos disponíveis. Hoje [quinta-feira] a gente já almoçou, mas não sabe se janta”.

Ela conta que muitas vezes vai dormir mais cedo para não ter de lidar com a situação. Diagnosticada com ansiedade generalizada, Fabíola tem notado as crises aumentarem nos dias mais difíceis.

“Vou dormir pra não ver. Sabe aquele famoso o que os olhos não veem, o coração não sente? Prefiro dormir pra não ver a situação. Porque se eu ficar prestando atenção, eu tenho crise. Aí a crise piora e eu começo a chorar”.

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