PF vê indícios de que Bolsonaro cometeu crime ao associar vacina da Covid com risco de pegar Aids
Presidente fez a declaração que não corresponde à verdade em uma live em outubro do ano passado. Relatório da PF afirma que Bolsonaro incitou espectadores a não cumprir normas sanitárias.
Por Márcio Falcão e Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília
A associação não corresponde à verdade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras autoridades de saúde já esclareceram que as vacinas não trazem doenças. Pelo contrário, evitam contaminação.
Bolsonaro fez a relação falaciosa entre vacina da Covid e risco de pegar Aids em uma live nas redes sociais no dia 22 de outubro do ano passado.
A delegada Lorena Lima Nascimento, responsável pelo caso, pediu autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o ajudante de ordens tenente Mauro Cid , que ajudou o presidente produzir o material divulgado pelo presidente na live.
A PF concluiu que os dois praticaram incitação ao crime, conduta que, no Código Penal, pode dar prisão de três a seis meses.
Bolsonaro citou na live supostos relatórios oficiais do Reino Unido.
Para a PF, o presidente “disseminou, de forma livre, voluntária e consciente, informações que não correspondiam ao texto original de sua fonte, provocando potencialmente alarma de perigo inexistente aos espectadores”.
O relatório afirma ainda que a conduta de Bolsonaro incentivou nos espectadores das lives o descumprimento de normas sanitárias estabelecidas pelo próprio governo.
A PF pede ainda que seja autorizada a tomada de depoimento de Bolsonaro.
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