História

Pai, mãe e filhas nas alturas: família de comissários de voo divide paixão pela profissão e sonha com viagem a Nova York

Pricila, Jamir, Giovanna e Giulia Cesta, de Indaiatuba (SP), trabalham na mesma companhia aérea e relatam rotina de realizações e saudade. Dia do Comissário de Bordo é comemorado nesta quarta.

Por Gabriella Ramos, g1 Campinas e Região

 


Pricila Cesta e Jamir Moreira ao lado das filhas, Giovanna e Giulia Cesta (ao centro) — Foto: Arquivo pessoal

Pricila Cesta e Jamir Moreira ao lado das filhas, Giovanna e Giulia Cesta (ao centro) — Foto: Arquivo pessoal

Os comissários de voo Pricila Cesta e Jamir Moreira, de Indaiatuba (SP), levaram a ideia de “dar asas aos filhos” a sério: formado na escola de aviação nos anos 90, o casal agora divide a cabine das aeronaves com as filhas, Giovanna e e Giulia Cesta, dedicadas à mesma carreira. Nesta quarta-feira (30), Dia do Comissário de Bordo, a família relatou ao g1 a rotina e as peculiaridades de viver nas alturas.

Pricila, Jamir, Giovanna e Giulia trabalham para a mesma companhia aérea, a Azul, mas sempre em escalas diferentes. A rotina agitada dificulta a logística dos encontros em família, mas a saudade é sempre compensada com a valorização das folgas em comum e em incontáveis ligações por áudio e vídeo

“Nós hoje aprendemos que a saudade é um ponto positivo. A saudade é muito legal, porque com a saudade a gente sempre fica contando os dias pra ter o reencontro, para estarmos novamente juntos e curtirmos um ao outro. Então a saudade hoje virou um ponto positivo”, conta Jamir.

Ainda que a tecnologia traga aproximação, há desafios comuns à maioria das famílias que também se estendem ao céu. De acordo com Jamir, a preocupação com o bem-estar uns dos outros é frequente.

“O desafio que a gente coloca é a preocupação. A preocupação um com o outro, com o bem-estar, com a saúde, com a estrutura física e emocional um do outro. Então sem dúvida hoje é a maior preocupação que nós temos e carregamos”, relata.

DNA de tripulação

Giovanna Cesta, de 19 anos, cresceu ouvindo histórias sobre aviação e a rotina de comissário e sempre admirou a profissão dos pais, casados há 25 anos. A dedicação de Pricila e Jamir, que nunca esconderam as partes difíceis da carreira, fez com que a jovem também se apaixonasse pela vida em aviões.

“Tirando tudo o que precisamos estudar, é preciso estar preparado para fazer muitas renúncias, saber que estará longe de família e amigos por um tempo e que terá que se doar por completo por alguém que não conhece, mas é uma profissão tão linda, no final vale muito a pena, é gratificante”, diz Giovanna.

Já Giulia Cesta, de 22 anos, conta que nunca teve o sonho de ser comissária, mas foi incentivada pelo pai a entrar no curso quando estava indecisa em relação à profissão que deveria seguir. Durante as aulas, Giulia encontrou a vocação e, quando percebeu, já estava trabalhando na mesma companhia aérea dos pais.

Giovanna (à esquerda) e Giulia Cesta (à direita), irmãs e comissárias de voo — Foto: Arquivo pessoal

Giovanna (à esquerda) e Giulia Cesta (à direita), irmãs e comissárias de voo — Foto: Arquivo pessoal

Preparar para decolagem

O que não falta à família, é claro, são boas histórias de viagem. Giovanna, de 19 anos, conta que todas as viagens têm algo especial e marcante, mas a ida a Manaus (AM) foi uma experiência única na qual pôde conhecer mais as origens do país. Já para Giulia, de 22 anos, o voo aos Lençóis Maranhenses foi o preferido.

“Graças à aviação eu conheço o Brasil inteiro, e cada cantinho tem aquela coisa legal, aquela cultura. Eu falo que tenho rodinhas no pé, quando eu estou nos pernoites eu gosto de sair, de conhecer. Amo ser aquela turista que tira foto e vai nos pontos turísticos”, diz Giulia.

Apesar da lista robusta de destinos visitados pelo quarteto, há uma cidade para onde a família sonha em, um dia, viajar no mesmo voo: Nova York. Segundo Jamir, a metrópole norte-americana é um “ponto de congruência” entre os pais e as filhas, principalmente por conta da cultura e da movimentação.

“A gente gosta muito de lá, da vida, nós gostamos de pessoas. É um lugar que a gente pode ter tanto passeios, como à noite, como diversão, museus e pessoas, pessoas e pessoas. Então, sem dúvida nenhuma, hoje Nova York é um ponto que a gente tem em comum de desejo”, afirma o pai.

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