Saúde

Namorada de piloto foi vítima de febre maculosa; veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a morte do casal

A dentista Mariana Giordano e Douglas Costa morreram após terem febre, dor e manchas vermelhas. Nesta segunda, Adolfo Lutz confirmou que mulher estava infectada com a doença; análise da amostra do homem não havia sido concluída até a última atualização desta reportagem.

Por g1 Sorocaba e Jundiaí

 


O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor  — Foto: Reprodução/Instagram

O piloto de Jundiaí (SP), Douglas Costa, e a namorada, Mariana Giordano, morreram após terem sintomas de febre e dor — Foto: Reprodução/Instagram

O piloto Douglas Costa, de 42 anos, e a namorada, a dentista Mariana Giordan, de 36, morreram em 8 de junho, três dias depois de term apresentado sintomas como febre, dor e erupções vermelhas no corpo. Eles haviam feito uma viagem pelo interior de São Paulo e de Minas Gerais.

Nesta segunda-feira (12), o Instituto Adolfo Lutz informou que Mariana morreu de febre maculosa. A doença constava da lista de possíveis causas dos óbitos, que citava ainda dengue ou leptospirose. Até a última atualização desta reportagem, a análise da amostra de Douglas não havia sido concluída.

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Antes de apresentar os sintomas, o casal tinha visitado duas áreas rurais de Campinas, no interior de SP, e Monte Verde (MG). O piloto foi internado em um hospital de Jundiaí(SP). A dentista, em uma unidade da capital.

Veja abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:

  • Quem são as vítimas?
  • Quando as mortes foram constatadas?
  • Como as mortes estão sendo investigadas?
  • O que é febre maculosa?
  • Quando os sintomas começaram?
  • Por quais locais o casal passou?
  • O que dizem as prefeituras?

Quem são as vítimas?

As vítimas são Douglas Costa, empresário e piloto de Fórmula C300, de Jundiaí (SP), e a dentista Mariana Giordano, da capital paulista.

A dentista Mariana Giordano foi atendida em um hospital da capital paulista e Douglas estava em um hospital particular de Jundiaí.

Quando os óbitos foram constatados?

O empresário Douglas Pereira Costa morreu na quinta-feira (8). O corpo dele foi sepultado no Cemitério de Itupeva (SP), na sexta-feira (9).

Mariana Giordano também morreu na quinta-feira (8). O corpo dela foi sepultado na capital paulista, de acordo com amigos.

Como as mortes estão sendo investigadas?

De início, as mortes estavam sendo investigadas como suspeita de dengue, febre maculosa e leptospirose. Na noite de segunda, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que Mariana Giordano morreu por febre maculosa.

Amostras biológicas foram enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Também nesta segunda, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas (SP) informou, que iniciou uma investigação sobre a passagem do casal pela cidade.

“A Vigilância de Campinas investigará sobre o vínculo e possível exposição no município para apoiar a investigação do caso que está sendo conduzida pelas vigilâncias dos municípios de residência e ocorrência do óbito”, diz o texto da nota.

Até a última atualização desta reportagem, a causa da morte de Douglas não havia sido confirmada.

O que é febre maculosa?

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma espécie de carrapato.

A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato. Os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.

Quando os sintomas começaram?

Conforme a ficha de notificação, os sintomas iniciaram no dia 3 de junho com febre, dor no corpo, exantema, evoluindo para um quadro mais grave.

Por quais locais o casal passou?

O casal teria ido para uma área rural de Campinas (SP) antes do dia três de junho, e para Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG), nos dias três e quatro de junho.

O que dizem as prefeituras?

A Prefeitura de Jundiaí (SP) divulgou que a causa da morte do empresário está sendo apurada. Já o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas (SP) informou, na manhã desta segunda-feira (12), que iniciou uma investigação sobre a passagem do casal pela cidade.

Em nota, a Prefeitura de Camanducaia (MG) disse que “o fato de os pacientes terem visitado a cidade de Monte Verde no dia em que os sintomas começaram, é improvável que a febre maculosa tenha sido contraída no distrito, devido ao período de incubação da doença, que varia de dois a 14 dias”.

O poder público também informou que o município não registra casos de febre maculosa e carrapatos estrela há mais e 20 anos e que “mesmo com a provável origem de contaminação fora do distrito, realizará todas as ações de investigação epidemiológica necessárias para garantir a saúde de todos os munícipes e turistas”.

Preocupação para a área científica

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) informou, por meio de nota, que recebe com preocupação a notícia de mortes provocadas pela Febre Maculosa. De acordo com o órgão, nos últimos anos, o Estado vem sofrendo um desmonte da estrutura de pesquisa científica, trabalho essencial para orientar ações de vigilância epidemiológica.

A APqC informou também que, em 2016, era estabelecida uma resolução conjunta entre o Estado e o Ministério Público (MPSP) de normas para o controle da Febre Maculosa. O documento atribuía à Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) pesquisas em locais com casos confirmados da doença, identificando os tipos de carrapatos, monitorando e orientando os municípios. Porém, em 2020, a SUCEN foi extinta durante o governo de João Doria.

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