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Mergulho no poder

Foto ilustrativa

*Oscar D’Ambrosio
Como e por que o poder cega as pessoas? Talvez porque muitos desejam ser onipotentes e onipresentes, divinos no sentido de conseguir realizar os seus desejos sem espécie alguma de contestação. Num momento em que o autoritarismo ganha fôlego em diversas instâncias, refletir sobre essa questão é essencial.

O filme ‘Escobar: A Traição’ traz elementos importantes nesse processo de conhecer como os mecanismos de poder se manifestam. O diretor espanhol Fernando León de Aranoa adapta o livro ‘Loving Pablo, Hating Escobar’, da jornalista Virginia Vallejo, jornalista que foi amante do narcotraficante de 1983 a 1987.
Ela vive sob proteção de órgãos de segurança dos EUA após ter sido testemunha em processos contra presidentes e políticos colombianos envolvidos com carteis de tráfico de drogas. O filme mostra como funciona a mente de uma pessoa que acredita poder comprar tudo pelo dinheiro e que não percebe a própria decadência.
O ponto alto da obra, protagonizada por Javier Bardem e Penélope Cruz, está na humanização do traficante. É possível vê-lo como um líder inescrupuloso, mas também como um pai amoroso. Isso não o torna melhor, mas apenas contribui para reduzir o risco de criar estereótipos, o que constitui um grande desafio em cinebiografias
*Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo..
Enviado por Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
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