Cotidiano

Lei que proíbe a perturbação do sossego em Jaboticabal pode ter alteração

 

Em uma reunião com representantes do cenário musical, técnicos de som, agentes culturais e empresários jaboticabalenses, na noite dessa quinta-feira (03/08), na sede do Legislativo, os vereadores da Câmara Municipal de Jaboticabal que marcaram presença no encontro sinalizaram favoravelmente à alteração da Lei Ordinária nº 4736/2015, que proíbe a perturbação do sossego, tranquilidade e do bem estar público em Jaboticabal.
O grupo reivindica um aumento nos decibéis (dB) para o período noturno. Atualmente a norma considera excessivo e perturbador do sossego e do bem-estar público os ruídos, vibrações, sons excessivos ou incômodos que ultrapassem 50 decibéis durante o período noturno, e 80 dB no diurno.
Após o debate, que durou mais de uma hora e meia, a sugestão acordada entre os participantes, deve aumentar de 50 para 60 decibéis o nível de tolerância para a produção de ruídos no período noturno. Também foi indicada a criação de um dispositivo que aumente a distância de medição do nível de ruído para os casos de reclamação anônima, passando para 30 metros (hoje é de 15m para qualquer forma de denúncia). Porém, os debates devem seguir até uma nova proposta decisiva de texto de lei.
Segundo o chefe da fiscalização na Prefeitura, Dione Rodrigo Amistá, as ocorrências noturnas acontecem, sobretudo, “relativas a sons em bar, festas e shows e geralmente variam entre 65 e 75 decibéis. Então, pela média que a gente vem averiguando, não vai perturbar tanto a população, e vai ficar num nível mais adequado para o pessoal [casas noturnas, bares, restaurantes, etc] se enquadrar”.
O produtor cultural, Ariel Gricio, concorda. “A reunião foi bem produtiva. É um passo importante e tem tudo para ser legal o novo projeto de lei, porque é impossível viver no dia a dia abaixo de 50 decibéis. Tem-se que superar essa medida para continuarmos produzindo arte e entretenimento no período noturno”.

Para o Chefe do Legislativo, Dr. Edu Fenerich, que conduziu o encontro na ocasião, juntamente com os vereadores Samuel Cunha, Luís Carlos Fernandes, Ednei Valencio e Dona Cidinha, foi “uma oportunidade muito interessante de discutir democraticamente com os interessados no assunto, na Lei do Silêncio, o nível sonoro que a lei tipifica como nível sonoro proibitivo máximo tolerável de 50 decibéis. Se verificou, por exemplo, que uma disposição num diploma Federal, estabelece 10 decibéis a mais, quer dizer, os músicos tem razão nesse aspecto. E os vereadores presentes puderam discutir e verificar que adequando a lei já melhora bastante para trabalhar com tranquilidade. Evidentemente que aqueles estabelecimentos que produzirem som acima disso, medidos na distância da lei, terão que se adequar e providenciar a adequação acústica que permita a saída de som permitida pela lei, que vai ser modificada com toda certeza, atendendo inclusive esse novo nível que temos no dispositivo federal que justifica plenamente essa modificação. Portanto, é isso que a Câmara gosta de fazer. Esse debate, seja em que assunto for, que vem defender com justiça os seus legítimos interesses. A Câmara é uma caixa de ressonância, que nesses casos, funcionam muito bem. A expectativa é que a gente consiga solucionar esse problema o mais rápido possível”, avaliou Fenerich, autor da matéria com os vereadores Dra. Andréia Delegada e Junior De Vitto, aprovada em 2015.

Para o vereador Samuel Cunha, “o poder público, a Câmara, a Prefeitura, tem se que adequar às realidades. Claro, não perturbando a população, já que o meu direito acaba quando começa o do outro, é fato. Mas são decibéis muito baixos, onde conversando com profissionais, estudando essa matéria, é impossível um profissional chegar a esses 50 decibéis. A própria ABNT não fala em 50, então, nada mais justo do que a Câmara Municipal trabalhar para se adequar a essa nova realidade. Não atrapalhando o sossego do cidadão, mas também dando oportunidade para trabalhar, para o entretenimento. Jaboticabal é a cidade da música, então nós temos que respeitar. Temos diversos músicos de qualidade, diversos técnicos de sons que sabem fazer o trabalho, e dar oportunidade para que eles possam desenvolver o seu trabalho, ganhar o seu ganha pão, e a cidade da música ter o seu entretenimento”, acredita o parlamentar.
O diálogo com representantes do universo artístico e profissionais do som começou a ser aberto no dia 18 de julho, encampado pelos vereadores Beto Ariki e Samuel Cunha. Da mesma forma, não estão descartadas novas reuniões para a discussão do assunto.
Chefe da fiscalização na Prefeitura, Dione Rodrigo Amistá, fala sobre as ocorrências noturnas na cidade. Foto: Ana Paula Junqueira/CMJ
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