Coronavírus

Hospital e Maternidade Santa Isabel tem alta taxa de internação por doenças represadas por dois anos da Pandemia de Covid-19

Com cerca de 8% de sua força de trabalho afastada em decorrência de infecções pelo Coronavírus e Influenza, o Hospital e Maternidade Santa Isabel – HMSI, foi descredenciado pelo Ministério da Saúde para prestação do atendimento Covid-19 a pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS.

O afastamento de profissionais de saúde por Covid-19 é uma constante em hospitais de todo o Brasil, o que agrava a dificuldade de contratação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para o enfrentamento à nova onda da Pandemia provocada pela variante Ômicron.

Os leitos que o Hospital reservou para o atendimento a seus pacientes e que, desde março de 2020, foram responsáveis pela assistência a cerca de 500 pacientes de síndrome respiratória aguda grave, estão desativados e o atendimento a pacientes do SUS vítimas da Covid passa a ser prestado pela Santa Casa de Monte Alto, por determinação da Divisão Regional de Saúde – DRS.

Em março de 2020, o HMSI, em uma verdadeira operação de guerra, de forma emergencial o hospital adequou  ala Covid-19 para atendimento a pacientes do SUS. Em tempo recorde, desmontou a nova Maternidade e criou neste espaço a estrutura necessária para o atendimento aos pacientes Covid-19, com entrada independente e todos os protocolos de biossegurança exigidos para o enfrentamento ao novo vírus. Foi necessário adaptar as instalações  e a quantidade de  equipamentos e investir pesadamente na aquisição de insumos muitas vezes indisponíveis no mercado.

Com a redução do número de casos graves de infecções causadas pelo Coronavírus, dos 13 leitos para atendimento Covid-19 reservados para a assistência aos pacientes do SUS, inicialmente oito foram descredenciados pela portaria GM/MS nº 3.082, publicada no Diário Oficial da União – DOU, de 9 de novembro de 2021.

Em 8 de novembro de 2021, a DRS de Ribeirão Preto definiu que Monte Alto manteria ativos oito leitos de UTI Covid-19 e enfermaria Covid-19, e seria a referência para os pacientes de Jaboticabal.

A ala Covid-19 foi desmontada pelo Hospital e Maternidade Santa Isabel em dezembro de 2021, em resposta à definição da DRS, quando foi anunciada a decisão do descredenciamento dos leitos pelo Ministério da Saúde.

Os cinco leitos restantes para atendimento ao SUS Covid-19 em Jaboticabal foram cancelados pela portaria GM/MS nº 88, publicada no DOU a 19 de janeiro de 2022, retroativa a dezembro de 2021.

O HMSI devolveu os equipamentos específicos para atendimento aos pacientes da Covid que foram alugados ou emprestados, como os respiradores cedidos pelo Hospital Veterinário da Unesp, ou as bombas de infusão e os monitores locados.

“Cumprimos um papel vital no atendimento à população jaboticabalense durante a Pandemia de Covid-19. Durante todo esse período de prevalência da Pandemia, os profissionais de saúde já alertavam para os graves efeitos para a saúde da população de adiarmos o atendimento a várias patologias.”, afirma Paulo.

Em janeiro de 2022 o HMSI apresenta altas taxas de ocupação de leitos SUS pelas mais variadas patologias. Isso demonstra que as previsões dos profissionais de saúde estavam corretas: os números alarmantes de pacientes e o medo da população em buscar serviços de saúde agravaram as doenças já existentes e impediram o diagnóstico de muitas doenças em fase inicial.

Assim, em 2022, devido à demanda reprimida, o número de pacientes que buscam as unidades de saúde aumentou. E esse aumento deu-se, especialmente, entre pacientes em estado agravado que necessitam dos serviços de internação. A taxa de ocupação do HMSI segue alta e o Hospital cumpre o plano operativo que determina o percentual de ocupação dos leitos e enfermaria pelo SUS;

“Remontar a estrutura da ala SUS Covid-19 obrigaria que desalojássemos novamente a maternidade e que deixássemos de atender pacientes de outras doenças que tanto necessitam de nosso Hospital. O que nos preocupa também   é a falta de profissionais de saúde disponíveis para contratação e reforço da equipe. Lembro que na fase mais aguda da Pandemia chegamos a triplicar nossas equipes, trabalhando até a exaustão para atender a todos que necessitavam. Hoje, temos um verdadeiro apagão desses especialistas, não só em Jaboticabal, mas em todo o Brasil”, adverte o superintendente do HMSI. Paulo Ricardo Goes.

As estatísticas demonstram que a variante Ômicron leva à internação pacientes que não tomaram vacina ou que não completaram o ciclo vacinal, portanto pessoas que não foram completamente imunizadas. Isso atesta a importância da vacinação como forma de prevenção a formas graves da Covid-19.

LAURA PENARIOL

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