Proteção Animal

‘Hachiko de Guariba’: há 8 anos, cachorro espera por tutora que morreu na Santa Casa da cidade

Filhos da mulher tentaram levar cão para casa após a morte dela, mas ele sempre voltava para o hospital. 'Caramelo' foi adotado por funcionários e recebe comida, água e carinho até de pacientes.

Por EPTV e g1 Ribeirão

 

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Cachorro continua à espera de tutora que morreu há 8 anos na Santa Casa de Guariba

Para quem assistiu o filme ‘Sempre ao Seu Lado’, do diretor Lasse Hallström, a história de um cachorro caramelo que vive na Santa Casa de Guariba (SP) pode soar parecida. Isso porque ele espera pela tutora do lado de fora do hospital há 8 anos, quando ela foi internada, mas acabou morrendo no local.

Desde então, o cão, que ganhou o nome de Caramelo, foi adotado por funcionários e pacientes que já se acostumaram com a figura de quatro patas rondando o prédio e até mesmo alertando sobre a chegada de novos pacientes.

“A sirene apita lá longe, ele já dá aquele latido para deixar todo mundo alerta. Carro que vem em alta velocidade, ele também observa, já dá aquele latido e a gente fala ‘está chegando alguma coisa, olha o Caramelo'”, conta a recepcionista Letícia Dante.

 

Cachorro espera há 8 anos por tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP — Foto: Reprodução/EPTV

Cachorro espera há 8 anos por tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP — Foto: Reprodução/EPTV

Caramelo chegou a Santa Casa quando a tutora dele, que não teve o nome divulgado pelo hospital, foi internada. Após a morte dela, os filhos da mulher fizeram algumas tentativas de levar o cachorro para casa, mas ele sempre acabava voltando.

“De início, achamos que ele voltaria para a casa dele, porque os filhos [da paciente] vieram buscar, fizeram tentativas, mas aí ele escapava e voltava para cá. Aí, os filhos desistiram e deixaram ele aqui”, relembra Letícia.

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Cachorro 'Caramelo' espera há 8 anos por tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP — Foto: Reprodução/EPTV

Cachorro ‘Caramelo’ espera há 8 anos por tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP — Foto: Reprodução/EPTV

Depois de fazer do hospital o próprio lar, Caramelo passou a receber comida, água e muito carinho o tempo todo. Ele também foi treinado por funcionários para não entrar onde não pode.

“A gente toma todo esse cuidado, tanto que ele fica sempre da porta para fora. A gente procura alimentar ele sempre fora do hospital, nas dependências, não necessariamente aqui, porque não pode mesmo”, explica a enfermeira Greice Regassi Falanchim.

Hachiko de Guariba

 

Assim como Hachiko, o cão que inspirou o filme ‘Sempre ao Seu Lado’, de 2009, o Caramelo também conquistou fãs.

“Eu gosto muito, sou suspeita para falar, porque tenho um xodó muito grande por ele. É o meu ‘bom dia’. Ele espera o ‘bom dia’, o pãozinho de queijo, a nossa companhia. Os pacientes também, a maioria, já está acostumada com ele”, diz a recepcionista.

“É o nosso mascote do hospital”, diz a funcionária pública Jurucé Costa.

 

Sempre ao seu lado conta a história de um professor universitário que usava o trem como meio de transporte para ir e voltar do trabalho. Um dia, ao retornar para casa, encontra um filhote de cachorro da raça akita na estação e o animal passa a segui-lo.

Cachorro é adotado por funcionários após esperar tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP, há 8 anos — Foto: Reprodução/EPTV

Cachorro é adotado por funcionários após esperar tutora que faleceu na Santa Casa de Guariba, SP, há 8 anos — Foto: Reprodução/EPTV

Começa ali uma amizade intensa e o cão passa a ser o melhor amigo do professor, acompanhando-o todos os dias até a estação e esperando ali até a volta dele.

Um dia, o inesperado acontece e o professor não aparece. Hachiko nunca deixou a estação de trem, esperando pela volta dele. O filme é inspirado na história real de um professor e o cachorro dele, de 1924. Todos os dias, Hachiko aguardava pelo tutor na estação de Shibuya, em Tóquio, no Japão.

O caso chamou a atenção das pessoas que frequentavam o espaço porque o cachorro seguiu aguardando o professor por quase dez anos após a morte dele.

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