Esporte

Entenda o que é a dor pélvica

Foto extraída da Internet

*Ana Paula Simões

Correr é considerado uma das melhores formas de exercícios. A corrida pode adicionar muitos benefícios à saúde geral além de ser ótimo para o coração, fortalece os ossos e tonifica os músculos. Associar ao alongamento adequado e quantidades adequadas de hidratação são essenciais se você quiser manter um corpo saudável e tonificado. No entanto, correr muito pode causar uma grande quantidade de danos ao corpo e as lesões pélvicas são um exemplo.

Esse tipo de lesão é mais comumente encontrada em mulheres do que em homens, e cerca de 45% das mulheres que têm queixa nessa região são por fraturas por estresse, que são pequenas fissuras na região. Para muitas mulheres, elas seguem uma dieta restritiva que pode impedi-las de menstruar. Menstruação produz o hormônio feminino, estrogênio, e quando uma mulher não tem estrogênio isso enfraquece os ossos, favorecendo o maior número estatístico de mulheres com esse tipo de lesão.

DEFINIÇÃO
Lesão de pelve de corredores é a lesão sentida na região pélvica que vem de corrida excessiva (sobrecarga). A lesão pélvica do corredor é uma lesão importante que afeta os corredores que correm em terrenos difíceis ou irregulares e para os indivíduos que correm com alterações biomecânicas.

TIPOS
As áreas ao longo do quadril, onde a dor é sentida e as possíveis causas são:

Dor anterior do quadril: essa forma de dor vem dos flexores do quadril ou das articulações do quadril.

Dor Lateral do quadril: a dor pode ser sentida na banda iliotibial ou mais comumente conhecida como bursite ou atrito da banda IT.

Dor posterior do quadril: dor e sensação de aperto são sentidas no músculo piriforme.

Dor na virilha: a dor simula hérnia inguinal.

SINTOMAS
Qualquer dor que você experimente ao tentar correr é um sinal de que você pode ter desenvolvido alguma forma de dor pélvica. Existem alguns sintomas que podemos identificar para descobrir: Dor menor a intensa na virilha; no quadril, na região pélvica, Desalinhamento do quadril, Menor a severa dor sentida na perna e no pé / pés, Contusão ou inchaço na área pélvica, Desconforto ao sentar-se, em pé, ao andar, Desconforto ao ter um movimento intestinal, Sensação de formigamento na região da virilha, Diarreia, obstipação, inchaço, Desconforto ao urinar ou relação sexual, Cólicas menstruais progressivamente dolorosas e Sangramento / corrimento

Em todos os casos acima, procure um médico do esporte para fazer o diagnóstico diferencial.

CAUSAS
Existem muitas causas que podem resultar em alguém sofrendo de dor no quadril. A dor vem de várias fontes e são geralmente encontradas no osso, articulações, músculos, tendões e bursas. A maioria das lesões é causada por excesso de esforço ou excesso de treinamento.

Lesão sofrida no passado (história de trauma prévio): é uma causa comum de um indivíduo, especialmente se estiver correndo, desenvolver lesões pélvicas se já teve uma história no passado de ter tido um trauma na região.

Postura ruim: a má postura pode acontecer por uma variedade de razões, como a forma como sentamos, se estamos curvados ou se nos apoiamos. Muitas vezes, quando corremos, usamos um lado de apoio, de preferência nosso lado forte, que distorce nosso alinhamento e biomecânica. O que a má postura faz ao corpo: aumenta o nível de estresse e sobrecarga no lado q recebe mais impacto e desalinha as articulações e vértebras da coluna

Desequilíbrio de força (ou assimetrias): favorece um lado colocando mais peso em um lado enquanto andamos, sentamos ou corremos.

Aterrissagem: existe uma maneira correta de executar a corrida. Se você estiver correndo com sobrecarga posterior, em vez do antepé você irá causar dores não apenas ao quadril, mas também à parte inferior das costas (lombar)

Superfícies resistentes: a superfície em que você está correndo, se rígida, também pode causar muito estresse na coluna e quadril

EXEMPLOS DE DORES PÉLVICAS
Bursite da banda IT: causa dor lateral no quadril

Síndrome do piriforme: esta é uma causa comum de dor no quadril posterior em muitos corredores. Essa síndrome causa dor intensa que ocorre durante a corrida na parte posterior das pernas.

Disfunção sacroilíaca: a sacroilíaca é a articulação onde a pelve e a região lombar se unem.

Artrite: é uma doença articular que pode acometer o quadril gerando dor ao mobilizar a articulação.

Desalinhamento do quadril: o desalinhamento do quadril pode causar graves lesões e dor no quadril. Além de afetar os músculos próximos

Fratura por estresse pélvico: é uma fratura geralmente encontrada no grande osso da pélvis. Isso é causado como resultado de um impacto repetitivo. Para aqueles que sofrem com isso, muitas vezes sentem dor na virilha ou no quadril.

Neste artigo, estamos nos concentrando na dor pélvica relacionada à corrida, portanto correlacionada com lesões e distensões. É igualmente importante entender que a dor pélvica pode ter outras causas, não relacionadas a lesões por excesso de uso, como distúrbios da coluna, órgãos e nervos, infecções, lesões, fraturas, tumores e assim por diante.

DIAGNÓSTICO
Há muitas maneiras de determinar se você desenvolveu uma lesão pélvica. Lesões pélvicas são notoriamente difíceis de encontrar no início. Eu mesma tive minha primeira dor (sacroileite) após 3 anos de corrida. Isso ocorre porque, no início, quando a dor começa, ela é mal interpretada como uma simples contração muscular. Essa má interpretação da dor faz com que a lesão se torne muito pior mais tarde e se desenvolva. A melhor maneira de determinar se você desenvolveu alguma forma de lesão pélvica é falar com um médico especialista em esportes.

TRATAMENTO
Lesões pélvicas são bastante comuns e a dor associada pode manter muitos corredores fora da pista por semanas a meses. Mas, felizmente, existem maneiras de tratar essa lesão pois são mais comumente associadas ao quadril, mas podem ser uma fonte de dor em outras partes do corpo. Tal como a parte inferior das costas e coxa.

Existem tratamentos que podem ajudar a alinhar o quadril, fortalecer e reequilibrar. Para a maioria das fraturas na pelve, o melhor tratamento é simplesmente descansar e estimular a consolidação. No entanto, existem algumas lesões que são tão graves que exigem muletas, semanas de descanso extremo e, em alguns casos, a cirurgia é necessária devido à gravidade da lesão ou eventual desvio.

*Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. www.anapaulasimoes.com.br

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