Ainda com marcas de tiros, quiosque é liberado e recebe cliente menos de 12 horas após o crime
Pessoas almoçavam no local sem saber do triplo homicídio que horas antes aconteceu ali. Frequentadores da orla, desavisados, chegaram a fazer selfie perto do local onde 4 médicos foram baleados.
quiosque Naná, na Barra da Tijuca, onde três médicos foram assassinados na madrugada desta quinta-feira (5) — Foto: Rafael Nascimento/g1
O quiosque Naná, na Barra da Tijuca, onde três médicos foram assassinados na madrugada desta quinta-feira (5), funcionava normalmente durante a tarde, menos de 12 horas após o crime.
A polícia liberou o espaço após concluir os trabalhos de perícia no local, que ficou com várias marcas de tiro – ao menos 33 foram disparados.
Turistas, médicos, psicólogos – que participam de um congresso no hotel em frente – e cariocas almoçaram no local, a maioria sem saber do triplo homicídio ocorrido ali horas antes.
Alguns turistas desavisados chegavam a tirar selfie na orla, perto do estabelecimento.
A psicóloga Bruna Bolzan participa do mesmo congresso em que estariam presentes os médicos mortos e estava na mesa onde o crime aconteceu. Quando a reportagem contou o que havia ocorrido, ela e dois amigos se mudaram.
“Estou rindo de nervoso, mas é uma coisa triste. Eu estava sentada lá, mas as pessoas apelidaram de ‘mesa do assassinato’ , aí achei de bom tom trocar de mesa. Eu não sabia que tinha acontecido. Como as pessoas estão querendo filmar, também, saí. Vim para o congresso e aconteceu isso”, disse a mulher.
O tempo todo, equipes de reportagem chegam ao local para mostrar o crime. Por conta disso, a mesa está vazia.
Enquanto isso, agentes da DH refazem os possíveis trajetos feitos pelos criminosos em busca de pistas e imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a identificar os bandidos.
“O Rio de Janeiro está completamente abandonado. Não estamos mais seguros. Não é crível um crime nessa área tão movimentada. Está tendo um congresso extremamente importante e não se tem segurança “, conta uma médica que está hospedada na Barra da Tijuca e estava almoçando no quiosque.
Mesa onde médicos foram mortos na Barra — Foto: Rafael Nascimento/g1
Câmera registrou crime
Criminosos matam médicos em quiosque na Barra
Imagens de câmeras de segurança de um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, mostram o momento em que três criminosos descem de um carro na Avenida Lúcio Costa, na madrugada desta quinta-feira (5), e matam três médicos em um quiosque. Um quarto médico também foi baleado e foi levado para um hospital da região.
O vídeo mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33 disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.
No momento em que os criminosos efetuam os disparos, dois clientes que estavam sentados em uma mesa do estabelecimento correm. A ação durou menos de 30 segundos.
Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, que tinha 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.
Devido à proximidade de uma das vítimas com a parlamentar, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação.
Mapa mostra onde médicos foram assassinados no Rio — Foto: Editoria de Arte g1
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Todos eram médicos, estavam na Barra da Tijuca, e participavam de um congresso na cidade.