A PEC da compra de votos
Ninguém em sã consciência pode ser contra o aumento do auxílio para quem está passando fome. Mas a extensão do programa poderia ter sido feita por meio de outros instrumentos legislativos, sem violar a Constituição em nome de um golpe eleitoral travestido de estado de emergência.
Só agora, às vésperas da eleição, governo e oposição descobrem que o país está numa emergência de fome? O governo assume que sua política econômica desgraçou a vida do povo e recebe aval da oposição para gastar uma montanha de dinheiro e continuar desgraçando a vida do povo?
A compra de votos oficial implode qualquer compromisso com o mínimo de decência institucional, com a responsabilidade fiscal e com o respeito à legislação eleitoral. Tudo sob o comando do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), variante envernizada do centrão e linha auxiliar do bolsonarismo, que tinha a obrigação de buscar alternativas que não violassem a Constituição.