Caçadores de tesouros buscam metais em praias e acham joias, celulares e até drone perdido no mar; VÍDEO
Nádia Aparecida Moreira e Paulo César Martins moram em Santos, no litoral de SP, mas também praticam detectorismo em outras cidades brasileiras.
Por g1 Santos
![Casal 'caçador de tesouros' rastreia metais em praias Casal 'caçador de tesouros' rastreia metais em praias](https://s03.video.glbimg.com/x240/11493546.jpg)
Casal ‘caçador de tesouros’ rastreia metais em praias
Um casal ‘caçador de tesouros’ investe tempo e dinheiro em rastrear objetos valiosos em praias brasileiras. Paulo César Júnior, de 44 anos, e Nádia Moreira, 55, moram em Santos, no litoral de São Paulo, mas percorrem outras cidades para praticar o detectorismo. A prática é realizada por meio de um equipamento capaz de detectar metais no subsolo. Além de joias em ouro e prata, a dupla já encontrou um iPhone soterrado e um drone no mar.
A dona de casa e o motorista iniciaram o detectorismo há cerca de três anos. Nádia conta que começou a ver vídeos sobre o assunto na internet, e se surpreendeu quando o esposo a presenteou com um detector de metais no aniversário.
![Casal 'caçador de tesouros' rastreia metais em praias, entre os itens achados estão joias, celulares e drone perdido no mar — Foto: NP_detectorismo](https://s2-g1.glbimg.com/JAXeqABKAHlTOBLtBelqBIOycS8=/0x0:1239x555/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/x/x/cVf4rdTs6LnoJJN0CiFw/detectprismo.jpg)
Casal ‘caçador de tesouros’ rastreia metais em praias, entre os itens achados estão joias, celulares e drone perdido no mar — Foto: NP_detectorismo
De lá para cá, eles afirmam já ter percorrido as areias das praias de Santos, Ilha Comprida, Cabo Frio e no bairro Riviera de São Lourenço, em Bertioga. Além de procurar metais também no mar em Cananéia e em cachoeiras, onde, segundo Paulo, é necessário mergulhar e permanecer em apneia.
A maior parte do material encontrado é lixo. Entre os itens de valor que o casal mais localiza nas praias estão moedas, bijouterias e anéis de prata. Sobre os materiais em ouro, Paulo conta que, durante os três anos de caça, ele e a esposa só acharam alianças.
Porém, ele ressaltou que o objetivo principal não é encontrar apenas objetos valiosos, mas o detectorismo é uma forma de lazer e também de recolher objetos que poluem a natureza.
“A prática é um hobby. Hoje em dia é difícil encontrar material de valor. As pessoas têm medo de ir à praia com prata e ouro. Tampinha e lacre [de garrafa e latinha] são os campeões na praia”, disse o motorista.
![Paulo César Martins Júnior, de 44 anos, e Nádia Aparecida Moreira, 55, praticam detectorismo há cerca de três anos — Foto: NP_detectorismo](https://s2-g1.glbimg.com/Qf1dGfnrKePmhNBN_FviAF6thU8=/0x0:1213x659/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/x/k/xehQXBSeCoC8BrOTu3CQ/detectprismo1.jpg)
Paulo César Martins Júnior, de 44 anos, e Nádia Aparecida Moreira, 55, praticam detectorismo há cerca de três anos — Foto: NP_detectorismo
iPhone soterrado e drone no mar
Em 2021, o casal encontrou um celular soterrado há quatro dias na areia da praia, em Santos, a cerca de 30 centímetros da superfície. Paulo relatou ao g1, na época, que ele e a esposa se assustaram quando perceberam que o aparelho estava funcionando, mas começaram a tentar usar o celular. Por ser um modelo diferente, pediram ajuda da filha, que conseguiu resgatar o contato da proprietária e fizeram questão de devolvê-lo.
![Em 2021, o casal encontrou um Iphone 11 soterrado a cerca de 30 centímetros da superfície, e devolveram o aparelho para a dona — Foto: Arquivo Pessoal](https://s2-g1.glbimg.com/uAyPAhbh5L76-JhgfDkS06nh6yY=/0x40:590x842/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/g/p/3kmPbAQde81IV0Q2imdQ/whatsapp-image-2021-01-10-at-21.25.36-1-.jpg)
Em 2021, o casal encontrou um Iphone 11 soterrado a cerca de 30 centímetros da superfície, e devolveram o aparelho para a dona — Foto: Arquivo Pessoal
“Tinha uma foto de casal na tela, liguei e perguntei quais eram as características da pessoa. Quando bateu, falei que a gente podia nos encontrar para devolvermos”, relembra.
Nádia conta que, em outra ocasião, o esposo achou um drone na água. Eles viram que na parte de trás do aparelho tinha um número de telefone, que era do ex-dono do eletrônico. O homem, porém, havia vendido o drone para uma fotógrafa.
Ao conseguiu o contato da profissional, ela teria afirmado não ter interesse em buscar o aparelho, pois por conta do tempo que passou no mar, ele estava deteriorado. O casal, então, guardou o objeto.
![Paulo e Nádia localizaram um drone perdido no mar em Santos — Foto: NP_detectorismo](https://s2-g1.glbimg.com/qsVF9lUI-I7JCpHGv6f2tp9-IhI=/0x0:1233x674/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/a/7/EsWDBlTsycSZ9KzN39vw/detectprismo3.jpg)
Paulo e Nádia localizaram um drone perdido no mar em Santos — Foto: NP_detectorismo
Destinos dos metais
Nádia afirmou à reportagem que todos os itens encontrados são levados para a casa deles, onde são guardados. Ao final do ano, eles gravam um vídeo com a retrospectiva de tudo o que foi achado para publicar em um canal no YouTube.
Segundo a dona de casa, o lixo é descartado em um ferro velho, já os itens em prata e ouro são pesados e vendidos para ourives. “Devolver ouro para o dono é difícil, porque se postar na internet, vai aparecer um monte de gente falando que é o dono. Quando encontramos celular é diferente, a gente tenta de todas as formas localizar o dono”, acrescenta Paulo.
![Entre os itens de valor que o casal mais localiza nas praias estão moedas, bijuteria e anéis de prata — Foto: NP_detectorismo](https://s2-g1.glbimg.com/Epl-NX6yXFItIAOY1DI6AMUBONo=/0x0:1058x646/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/U/O/AB0kJPRUaxpmd0XXhOcQ/detectprismo2.jpg)
Entre os itens de valor que o casal mais localiza nas praias estão moedas, bijuteria e anéis de prata — Foto: NP_detectorismo
Investimento e retorno financeiro
Segundo Nádia, o valor dos detectores varia entre R$ 300 e R$ 40 mil, dependendo das especificações. O aparelho dela, por exemplo, suporta mergulhar até três metros. Já o do esposo é capaz de afundar 66 metros de profundidade. Mesmo com o investimento considerado alto, Paulo afirma que o retorno financeiro é baixo. “Estamos pobres ainda”, brinca.
![Itens encontrados na praia são levados para a casa do casal, em Santos, onde são guardados durante o ano todo — Foto: NP_detectorismo](https://s2-g1.glbimg.com/ctio8gFSgvRX4lS6ycIovJvlapQ=/0x0:1600x1200/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/C/G/uuhBaHTreJrp7Gt1IcPA/whatsapp-image-2023-03-30-at-10.01.22-1-.jpeg)
Itens encontrados na praia são levados para a casa do casal, em Santos, onde são guardados durante o ano todo — Foto: NP_detectorismo
A dupla lembrou de uma ocasião que um homem contratou o serviço de detecção de metais para procurar uma aliança em ouro que ele tinha perdido na praia, mas segundo Paulo, eles encontraram outra aliança, que não era a do contratante.
“As vezes, as pessoas se iludem achando que vão encontrar ouro toda vez que for à praia, mas não é bem assim. É bem difícil achar ouro. Quando a pessoa entra nessa prática sem ganância, só para curtir pela curiosidade de saber o que tem embaixo da terra, é um hobby muito legal. Essa sensação é muito boa. Quando a pessoa entra com a intenção de ganhar dinheiro, em dois ou três meses está vendendo o aparelho”, finaliza o motorista.