O que se sabe sobre a morte da estudante de jornalismo após calourada na UFPI
A polícia afirma que a jovem morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado. O suspeito do crime está preso.
Por g1 PI
Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, foi morta após ser estuprada e ter o pescoço quebrado em Teresina — Foto: Reprodução
Janaína da Silva Bezerra, 22 anos, estudante de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), morreu após participar de uma calourada na instituição. A polícia afirma que a jovem morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado. Um homem foi preso suspeito do crime.
Veja o que se sabe sobre o caso:
- Onde e quando aconteceu?
- Quem é a vítima?
- Qual a causa da morte?
- Quem cometeu o crime?
- A calourada era autorizada pela universidade?
Onde e quando aconteceu?
A jovem Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, chegou morta ao Hospital da Primavera, localizado na Zona Norte de Teresina. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.
De acordo com o delegado Francisco Costa, conhecido como “Barêtta”, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.
Ainda segundo o delegado, um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem. Ela teria sido estuprada e tido o pescoço quebrado.
Quem é a vítima?
Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, era estudante do curso de Jornalismo na UFPI. Ela ingressou na instituição no período 2020 e já estava juntando dinheiro para pagar a formatura.
Ao g1, a cunhada Andreza Almeida contou que Janaína era uma estudiosa e sonhava em escrever um livro. Ela foi a primeira da família a ingressar no ensino superior.
“Era muito estudiosa. Só vivia pra estudar. Gostava muito de ler, falava que um dia iria escrever um livro. Assim que entrou na universidade, precisava muito de um computador e, sem ter condições, começou a fazer bolos no pote pra vender e conseguir comprar”, contou.
Em uma rede social, Janaína compartilhava poemas de autoria própria. A última publicação, feita em 2 de janeiro deste ano, inicia com o verso: “anseio o que o futuro tem pra mim”. Veja abaixo:
Corpo de jovem morta após calourada na UFPI é velado em Teresina: ‘só vivia pra estudar’ — Foto: Reprodução
Qual a causa da morte?
O Instituto de Medicina Legal (IML) emitiu uma declaração de óbito em que aponta que a causa da morte de Janaína foi trauma raquimedular por ação contundente, isto é, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte.
O órgão reforçou que a ação contundente pode ter sido causada “por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso”.
Polícia investiga morte de estudante após calourada na UFPI — Foto: TV Clube
Quem cometeu o crime?
Um rapaz, que também é estudante da UFPI, foi detido suspeito do crime no sábado (28). Ele relatou que Janaína passou mal durante uma relação sexual consensual.
“O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse ‘ei, o que tá acontecendo aí?’ e o rapaz disse ‘minha amiga passou mal, tô levando pro hospital’. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital”, contou o delegado Barêtta.
Na tarde deste domingo (29), durante audiência de custódia, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito.
A calourada era autorizada pela universidade?
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou que a administração não havia autorizado a festa realizada na sexta-feira (27). Em nota, a instituição afirmou ainda que está colaborando com as investigações e que vai buscar imagens de câmeras de segurança para ajudar. A instituição declarou que desaprova condutas que coloquem em risco estudantes, professores ou funcionários.
Segundo o Diretório Central dos Estudantes, contudo, as atividades culturais promovidas dentro da instituição nunca precisaram ser diretamente comunicadas, já que são realizadas em espaço destinado às ações estudantis.
O DCE destacou, ainda, que uma luta antiga do Diretório é mais segurança para os estudantes, que têm constantemente relatado assaltos e outros crimes dentro do campus em Teresina. Conforme a entidade, a guarda da UFPI é majoritariamente patrimonial, e não contempla a necessidade de segurança da comunidade acadêmica.