Gente do campo: quilombo Cafundó luta pela terra há 150 anos e mantém viva tradição dos ancestrais
Comunidade resiste e mantém tradições como língua própria e a arte de fazer uma boneca de pano que era usada para mães e filhos escravizados se reencontrarem. g1 foi até Salto do Pirapora (SP) contar esta história.
Por Vivian Souza e Fábio Tito, g1
Há 150 anos, o quilombo Cafundó enfrenta lutas pela propriedade que foi doada aos ancestrais ainda antes da escravidão no Brasil acabar. Desde então, grileiros invadem parte do território.
A equipe do g1 foi até Salto do Pirapora, interior de São Paulo, aprender a história da comunidade. Confira no vídeo acima.
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O quilombo cafundó vive da produção de hortaliças, comercializadas na venda de cestas e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além disso a comunidade tem uma iniciativa com polinização de abelhas, para fertilizar a produção.
A população também pratica o artesanato. O quilombo busca manter viva a tradição dos ancestrais, caso da fabricação da boneca abayomi, a primeira de pano a entrar no Brasil.
No passado, ela era feita pelas mães escravizadas, ainda no navio negreiro, para que fosse entregue aos filhos que seriam separados delas. A ideia é que o tecido, retirado da própria saia da mãe, daria pistas às crianças sobre de onde vieram.
Boneca abayomi — Foto: Fabio Tito / g1
No Cafundó, também há o uso de uma língua própria, o quimbundo. Original de Angola, o idioma era usado pelos escravizados para se comunicarem sem que o homem branco os entendesse.
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